Quando pensamos em medicamentos, é comum ouvir sobre os "genéricos", que são versões mais baratas de remédios de marca. Eles têm a mesma substância ativa e devem proporcionar os mesmos efeitos no corpo. Porém, você sabe como esses medicamentos surgiram?

A criação dos medicamentos genéricos

Os medicamentos genéricos surgiram como uma alternativa para reduzir os custos dos tratamentos médicos. Nos Estados Unidos, a criação legal dos genéricos começou em 1984, que permitiu a fabricação de versões mais baratas de medicamentos de marca, desde que fossem igualmente eficazes e seguras. No Brasil, a regulamentação dos genéricos aconteceu em 1999 com a Lei 9.787, permitindo que medicamentos com a mesma fórmula e ação terapêutica dos de referência fossem produzidos a preços mais acessíveis. Essa mudança possibilitou maior acesso à saúde, tornando tratamentos mais baratos e beneficiando milhões de pessoas, especialmente aquelas que dependem de medicamentos de uso contínuo.

O que são medicamentos genéricos?

Os medicamentos genéricos são cópias de medicamentos de referência (de marca), mas com um preço mais acessível. Eles têm a mesma substância ativa, a mesma dosagem e o mesmo efeito terapêutico. No Brasil, os genéricos foram regulamentados pela Lei 9.787/99 e são identificados por um selo de "genérico", com a palavra “genérico” e o nome do princípio ativo na embalagem.

A grande vantagem dos genéricos é o preço. Como eles não precisam investir em publicidade, pesquisa ou desenvolvimento da fórmula, os custos de produção são menores, permitindo que o preço de venda ao consumidor seja reduzido.

Por que nem todo medicamento tem versão genérica?

Nem todos os medicamentos têm versão genérica. Isso acontece por alguns motivos, que explico a seguir:

1. Patentes de medicamentos de marca

Quando um medicamento novo é desenvolvido, a empresa farmacêutica que criou o remédio pode registrar a fórmula patenteada. A patente impede que outras empresas fabriquem o mesmo remédio por um determinado período, geralmente de 10 a 20 anos. Durante esse período, a empresa detentora da patente é a única que pode fabricar e vender aquele medicamento, o que justifica o preço mais alto.

Quando a patente expira, outras empresas podem começar a produzir o medicamento, criando versões genéricas, desde que sigam todas as normas de qualidade e eficácia.

2. Medicamentos de composição complexa

Alguns medicamentos são compostos por várias substâncias ou possuem uma fórmula muito específica, o que torna mais difícil ou até impossível a criação de uma versão genérica. Isso ocorre, por exemplo, com medicamentos biológicos, que são feitos a partir de organismos vivos (como vacinas e hormônios). Esses medicamentos, devido à sua complexidade, não têm versões genéricas convencionais.

3. Medicamentos sem registro de patente

Para um medicamento ser considerado genérico, deve existir um medicamento de referência no mercado – ou seja, um medicamento de marca que já tenha sido aprovado e esteja sendo vendido. Se um medicamento nunca foi patenteado, ou se a patente já expirou há muito tempo, ele pode ter uma versão genérica, mas isso vai depender de outros fatores, como o interesse de empresas farmacêuticas em produzir essa versão.

4. Mercado limitado para alguns medicamentos

Existem medicamentos que têm um público muito específico ou que são pouco usados, o que faz com que não haja interesse das empresas farmacêuticas em produzir versões genéricas. Quando a demanda por um remédio é baixa, pode não ser vantajoso economicamente para outras empresas fabricarem a versão genérica, já que o custo de produção e aprovação seria mais alto do que os lucros obtidos com as vendas.

5. Medicamentos de uso exclusivo ou especializado

Alguns remédios são indicados para tratamentos muito específicos e podem exigir tecnologia ou acompanhamento especializado para seu uso. Nesse caso, a produção de versões genéricas pode não ser viável devido à necessidade de controle rigoroso ou à especialização do tratamento.

Como saber se um medicamento tem versão genérica?

A maneira mais fácil de saber se um medicamento tem versão genérica é procurar pelo nome do princípio ativo na embalagem. No Brasil, os genéricos sempre trazem o nome do medicamento seguido pela palavra “genérico” ou o nome do princípio ativo. Além disso, você pode consultar seu médico ou farmacêutico, que poderão orientar se existe uma versão genérica do medicamento que você está utilizando.

Os medicamentos genéricos são uma excelente alternativa para reduzir os custos de tratamentos, mas nem todo remédio tem uma versão genérica disponível. Esses medicamentos têm a mesma eficácia e têm os mesmos benefícios terapêuticos que os medicamentos de marca. Porém, é importante lembrar que, em alguns casos, o médico pode preferir prescrever o medicamento original, dependendo das necessidades do paciente e das características do tratamento.

Por isso, siga sempre as orientações do seu médico para garantir que a escolha do medicamento seja a mais adequada ao seu caso. Ao consultar um profissional de saúde, você estará fazendo uso de um medicamento genérico de forma segura, quando indicado.

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