Você já parou para pensar nas barreiras que as famílias de pessoas autistas enfrentam ao lidar com os planos de saúde? Infelizmente, muitos autistas e seus familiares têm vivido uma batalha para obter o acesso adequado a tratamentos, terapias e medicamentos essenciais.

Imagine ser confrontado com a negativa de cobertura para um tratamento importante para o seu filho ou ter que lidar com a limitação de sessões terapêuticas, impedindo o acompanhamento contínuo e personalizado que sabemos ser tão importante.

E o que dizer da angústia causada pela recusa em cobrir os custos de medicamentos fundamentais para controlar sintomas associados ao autismo? Essa realidade é vivida por muitas famílias, que se veem lutando não apenas pela saúde de seus entes queridos, mas também pela garantia de um cuidado digno e respeitoso.

Por isso, hoje vamos falar sobre os problemas mais comuns que pessoas com autismo enfrentam com planos de saúde! 

É hora de reconhecermos essas dificuldades, de nos unirmos em busca de soluções e de exigirmos mudanças significativas no sistema de saúde. Cada pessoa autista merece receber os cuidados necessários para alcançar seu potencial máximo e viver com dignidade.

Negativa de Tratamento 

Nos últimos anos houve um aumento significativo do diagnóstico de autismo, também chamado de TEA (Transtorno do Espectro Autista), o que agravou e muito a relação dos consumidores com os planos de saúde. A negativa de tratamentos se tornou cada vez mais comum e é um dos maiores desafios enfrentados pelos autistas com plano de saúde. Isso ocorre quando o plano de saúde se recusa a cobrir procedimentos, terapias ou consultas consideradas essenciais para o bem-estar e desenvolvimento do paciente autista. Essa negativa pode resultar em atrasos significativos no acesso a cuidados de saúde adequados, impactando negativamente a qualidade de vida do paciente e adicionando estresse adicional à família.

A legislação sobre Planos de Saúde estipula que a cobertura de tratamentos para doenças listadas na Classificação Internacional de Doenças (CID), como o autismo, é obrigatória, portanto, é ilegal recusar tratamento.

Além disso, a recusa de cobertura para autismo viola os direitos dos pacientes e suas famílias. É responsabilidade das operadoras de saúde assegurar o acesso aos tratamentos essenciais para os pacientes com autismo.

Limitação de Terapia

Muitos planos de saúde impõem restrições à quantidade de sessões de terapia que um indivíduo pode receber. A ANS tendo eliminou a limitação do número de sessões de terapias para tratamento de pacientes com transtorno do espectro autista, diante disso os planos de saúde não podem limitar a quantidade das sessões de terapia necessárias ao tratamento de crianças com autismo, pois nada pode se sobrepor à prescrição e orientação do médico e do profissional da área da saúde que as assistem direta e pessoalmente.

Apesar disso, é muito comum que os planos de saúde limitem o número de sessões de terapias no tratamento do TEA – Transtorno do Espectro Autista.

Porém, isso é errado e não pode acontecer!

Isso é especialmente problemático para pessoas autistas, que frequentemente se beneficiam de terapias regulares para ajudar no desenvolvimento de habilidades sociais, comunicação e gestão de comportamento. A limitação de terapia pode impedir o paciente de receber o suporte necessário para seu progresso, afetando diretamente sua qualidade de vida e regredindo todo o tratamento. 

Negativa de Medicamento

A negativa de cobertura para medicamentos prescritos é outro desafio significativo enfrentado pelos autistas com plano de saúde. Muitas vezes, autistas precisam de medicamentos específicos para gerenciar condições relacionadas ao autismo, como ansiedade, hiperatividade ou problemas sensoriais e o plano diz que não vai cobrir por não estar na lista obrigatória da ANS. É importante saber que já existem muitas decisões de que a operadora de saúde devem sim custear medicamentos registrado, mas não listados pela ANS, desde que haja indicação médica que explique o porque aquele medicamento é tão essencial, prevalecendo o Direito a Saúde. A negativa de cobertura coloca uma carga financeira adicional sobre as famílias, que podem ter que arcar com os altos custos dos medicamentos ou buscar alternativas menos eficazes, impactando diretamente o tratamento e a qualidade de vida do paciente.

Dificuldade no Reembolso

Muitas famílias de autistas enfrentam dificuldades burocráticas e atrasos na obtenção de reembolsos por despesas médicas relacionadas ao autismo. O tratamento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve uma abordagem multidisciplinar, que inclui terapias como psicoterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicopedagogia e musicoterapia. Porém, muitas vezes a operadora não possui profissionais especializados em sua rede credenciada, e a família tem o direito de solicitar o reembolso de despesas médicas e terapêuticas em clínicas multidisciplinares da sua escolha. É importante guardar todos os comprovantes e recibos dos serviços prestados por profissionais não credenciados, contar com a ajuda de uma advogada da saúde e pedir o reembolso dos valores investidos.

“O que fazer se uma dessas coisas acontecer comigo?”

O primeiro passo é solicitar uma justificativa por escrito para o plano de saúde. Este documento é essencial para entender os motivos da negativa e para saber o próximo passo. 

Além disso, contar com a ajuda de um advogado especializado em direito da saúde pode ser fundamental nesse processo. Ele poderá te orientar e garantir que os seus direitos sejam respeitados e que o acesso aos tratamentos necessários seja assegurado.

Lembre-se sempre de buscar apoio e orientação adequados para lidar com situações desafiadoras como essa, e não se esqueça, lute sempre pela sua saúde! 

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